Em mesa redonda no primeiro dia do 55º Congresso de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), que começou no dia 05/09, em São Paulo, o médico endocrinologista pediátrico, dr. Guilherme Manso de Lima, apresentou os distúrbios de crescimento na infância. Segundo ele, o crescimento está ligado a fatores nutricionais, genéticos, hormonais, e psicossociais.
Entre as causas da baixa estatura estão distúrbios primários como: síndromes genéticas, PIG com falha na recuperação e displasias esqueléticas. Já entre distúrbios secundários aparecem a desnutrição primaria, doenças crônicas sistêmicas, deficiência do hormônio do crescimento, problemas endócrinos como hipercortisolismo, hipotireoidismo, raquitismo, entre outros; e distúrbios metabólicos, psicossocial e latrogênico.
“A avaliação da estatura deve incluir história clínica, exame físico completo, exames laboratoriais gerais e específicos e exames de imagem. Exames complementares podem ser feitos de acordo com a história e exame clínico. Entre os principais fatores a serem avaliados estão evolução de peso e altura desde o nascimento, curvas e velocidade anual de crescimento e a evolução puberal”, explicou.
Doenças crônicas, comorbidades, desenvolvimento dentário, antecedentes infecciosos, neurológios, traumatismos e cirúrgicos, medicações são aspectos importantes. E entre os exames laboratoriais específicos, o médico destacou os principais testes de estímulo, seus efeitos adversos e contraindicações de cada um. Entre eles estão: clonidina, insulina e glucagon.
“Apenas medição basal não é adequada. Precisa de teste de estímulo”, alertou.
Alta estatura – Ser bem mais alto também pode ser um distúrbio. Quando a variação normal do crescimento atinge uma proporção maior do que a familiar, investiga-se doenças endócrino-metabólicas, que podem ser: excesso de GH, puberdade precoce, doenças virilizantes, hipogonadismo, hipertireoidismo, obesidade exógena, homocistinúria, entre outras. Há ainda ao menos 12 síndromes genéticas relacionadas ao tamanho exagerado. GH, insulina, IGF-2, receptores, genes do crescimento, estrógenos, fatores ósseos e proliferação celular relacionam-se às bases moleculares e etiopatogenia da alta estatura.