Entrevista com o presidente do congresso, Gustavo Campana

“A Medicina Laboratorial na assistência à saúde” é o tema central do 51º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (51º CBPC/ML), que será de 26 a 29 de setembro de 2017, no Palácio das Convenções do Anhembi Parque, em São Paulo. Nesta entrevista, o presidente do Congresso, Gustavo Campana analisa alguns desafios da especialidade e sua importância no contexto da saúde. Campana é diretor de Comunicação e Marketing da SBPCML e editor-chefe de Notícias-Medicina Laboratorial.

Qual é a importância da medicina laboratorial no atendimento à saúde?

Gustavo Campana – Os resultados dos exames laboratoriais suportam 70% das decisões médicas. Cada vez mais, a Medicina Laboratorial tem sido vista como uma importante fonte de informação para a assistência à saúde, ocupando uma posição central para a assistência ao paciente de forma segura e custo-efetiva, uma vez que absorve em torno de 5% dos custos em saúde. O maior desafio tem sido acompanhar o rápido avanço da tecnologia diagnóstica e inseri-lo na prática clínica, uma vez que os recursos disponíveis são limitados.

No cenário atual, qual o espaço que o PALC pode ocupar?

Gustavo Campana – O foco na segurança do paciente tem criado um ambiente propício para a busca de acreditação pelos prestadores de serviços laboratoriais, o que temos observado pelo aumento da procura pelo PALC, o Programa de Acreditação de Laboratórios Clínicos da SBPC/ML. Neste aspecto, temos como importante desafio o engajamento do setor em investimentos em qualidade, uma vez que o reconhecimento destes programas é ainda incipiente na visão das fontes pagadoras.

Por que é importante que o profissional de Patologia Clínica se capacite?

Gustavo Campana – Temos falado constantemente sobre o empoderamento do paciente, isto é, estes têm ficado cada vez mais preocupados com sua saúde, por isso buscam informações sobre testes laboratoriais na internet. A capacitação dos profissionais de laboratórios para atender estas novas demandas é um desafio.

A crise econômica que afeta o país impactou os laboratórios? Como?

Gustavo Campana – Com a crise econômica, temos perdido um número significativo de beneficiários de saúde privada, devido ao aumento das taxas de desemprego, com pressão por preços bastante significativa. Em termos de custos, a grande maioria dos insumos laboratoriais é importada e sofreu, nos últimos tempos, um aumento significativo devido às taxas de câmbio. Assim, os laboratórios têm o importante desafio de gestão de sua produtividade e da otimização dos recursos.

Como abordar esses desafios na programação científica do 51º CBPC/ML?

Gustavo Campana – O tema central do congresso é “A Medicina Laboratorial na assistência à saúde”. Pretendemos abordar, em conjunto com as mais diversas especialidades médicas, o papel da patologia clínica na assistência a saúde e destacar os laboratórios como uma fonte importante de informação e auxílio aos clínicos, otimizando os recursos diagnósticos e melhorando os desfechos clínicos. Nas questões de gestão, pretendemos realizar um módulo específico de gestão, que aborde os principais pilares de gerenciamento aplicado aos laboratórios, tais como estratégia, operações e pessoas.

Dentre as novas tecnologias para diagnóstico laboratorial, quais são as despertam maior interesse?

Gustavo Campana – Damos destaque aos testes genéticos, que têm crescido bastante e os Testes Laboratoriais Remotos.