A pandemia da COVID-19 trouxe uma série de mudanças e, atreladas a isso, reflexões aos médicos veteranos e àqueles que estão ingressando em suas atividades agora. Aprendizado é a palavra que melhor define esse momento para o segmento da saúde.

Foi sobre isso que o Dr. Leonardo de Souza Vasconcellos, diretor de Ensino da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e coordenador da grade científica do 1º Congresso Virtual da SBPC/ML, falou em sua palestra “Vivendo e aprendendo com a pandemia do novo Coronavírus’ proferida no evento.

Como membro da entidade, ele teve oportunidade de participar de reuniões da Associação Médica Brasileira (AMB) e da Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM), as quais promoveram discussões relevantes acerca das consequências da pandemia na residência médica.

“Atualmente, o Brasil possui 40.000 residentes, que representam 15% do total de médicos do país. A pandemia do novo coronavírus desconfigurou as atividades e projetos pedagógicos dos programas de residência médica de todas as áreas, com impactos importantes nas especialidades clínicas e cirúrgicas. Assim, todos os programas de residência médica tiveram que se adequar à nova situação. A CNRM recebeu uma série de denúncias de queda da qualidade desses programas, falhas na biossegurança e escassez de insumos de proteção individual, pois os médicos residentes foram escalados para auxiliar no atendimento aos infectados pela COVID-19. Uma situação completamente diferente do habitual”, explicou Leonardo.

Ainda segundo o Dr. Leonardo, o período também trouxe pontos positivos para a residência médica em Patologia Clínica/Medicina Laboratorial

“A pandemia deixou bem clara a importância dos exames laboratoriais e da nossa especialidade durante a crise. Nossos residentes tiveram a oportunidade de vivenciar a evolução dos exames laboratoriais para o diagnóstico da COVID. Também houve um grande aprendizado na validação de métodos laboratoriais e foram abertas muitas discussões sobre biossegurança, indicação e interpretação de exames” afirmou o médico.

Outro ponto positivo segundo o médico foi a possibilidade de expansão em aprendizagem para os médicos residentes.

“Os residentes tiveram a possibilidade ver aspectos da gestão, como precificação de exames e legislação trabalhista, maior facilidade de acesso a artigos científicos, exercer treinamento em atividades de consultorias, além de participar e promover palestras e eventos sobre o tema na web”, finalizou Leonardo.