A palestra Estratégias de análise para doença residual mínima (MRD) em leucemia linfóide B após imunoterapia/terapia-alvo do 2º Congresso Virtual da SBPC/ML – Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial com a Dra. Sindhu Cherian, presidente da Sociedade Internacional de Citometria Clínica (ICCS) e professora adjunta do laboratório de Patologia e Medicina Laboratorial da Universidade de Washington, em Seattle mostra a evolução dos diagnósticos nos tratamentos por imunoterapia em doenças malignas hematológicas.
A Dra. Nydya Strachman Bacal, patologista clínica e membro da SBPC/ML, faz parte do departamento de Patologia Clínica no Setor de Citometria de Fluxo do Hospital Israelita Albert Einstein, que agora em Setembro completa 30 anos em diagnóstico de leucemias agudas por essa metodologia, abriu a palestra lembrando como era identificar os anticorpos inicialmente indiretos e hoje mais facilmente diretamente contra a célula de interesse, e como a tecnologia vem avançando, a evolução de softwares que tem permitido uma melhoria significativa em todo o processo, assim como o uso do vários lasers, ampliando os painéis, hoje na rotina com 15 anticorpos monoclonais simultaneamente.
A introdução de reagentes secos, que podem ser customizados por patologias especificas, e que só necessita pipetar a amostra, pois os reagentes já estão no tubo, e a possibilidade de fazer uma programação automatizada para triagem de doenças vão permitir, cada vez mais identificar com precisão os diagnósticos e tratamentos de diferentes patologias.
Atualmente, o diagnóstico é mais rápido e preciso em leucemias, linfomas, neoplasias plasmocitárias e no monitoramento da doença residual mínima/mensurável com uma sensibilidade chegando até uma célula anômala em um milhão de células normais.
Segundo a Dra. Sindhu Cherian, a citometria de fluxo estabeleceu seu valor como auxílio no diagnóstico e acompanhamento de pacientes imunodeficientes congênitos e adquiridos, como os portadores de HIV, por exemplo, auxilia na viabilização do transplante de medula óssea.
A era apenas do diagnóstico é passado nessa metodologia, pois hoje auxilia no tratamento e no prognostico da doença pela mensuração da doença residual mínima/mensurável através de sistemas de sofisticação das análises.
O foco da palestra foi o uso da Citometria para detecção de resíduos mínimos de doenças na leucemia linfoblastica B após terapia dirigida. Cherian comenta que as terapias modernas devem sempre combinar o tratamento convencional junto com a imunoterapia, pois esta última auxilia a terapêutica direcionando mais especificamente às células neoplásicas.
As células neoplásticas (cancerosas) se transformam e adquirem mutações e podem ser reconhecidos pelos sistemas imunológicos que tem o objetivo de identificar essas alterações. Mas o câncer pode enganar o sistema imunológico.
Por isso o uso da imunoterapia tem crescido, pois com a imunoterapia dirigida conseguimos identificar a MRD por citrometria de fluxo. E isso é importante, pois quanto menor os índices de DRM, maior a possibilidade de remissão da doença.
Exemplificando na Leucemia Linfoblástica B, Dra. Cherian explica a importância do marcador CD-19, associado aos marcadores CD22 e/ou CD24 que permitem analisar após o uso do anti-CD19, a discriminação da doença residual através de gráficos bidirecionais consecutivos.
Para ela, algumas estratégias para aperfeiçoar os resultados da citometria são: ter conhecimento da gama de terapia dirigida em uso nos pacientes, fazer uma boa anamnese, esteja preparado para identificar situações alternativas como estudos moleculares, não deixar de usar mais de um reagente na identificação da população para identificar populações anormais com alta sensibilidade e a sua conclusão é de esperar pelo inesperado nessas situações após terapia celular.
O uso de terapias dirigidas vai ter um impacto considerável na interpretação dos dados de citometria de fluxo e este será um campo de estudo permanente.