Os avanços tecnológicos na medicina diagnóstica revolucionaram a forma como os profissionais de saúde são capazes de detectar, diagnosticar e tratar doenças. Graças à tecnologia de ponta, os médicos agora têm acesso a uma variedade de ferramentas precisas e não invasivas para avaliar o corpo humano. Isso inclui equipamentos avançados de imagem, como tomografia computadorizada, ressonância magnética e ultrassom, bem como exames laboratoriais automatizados e testes genéticos.
Testes PCR Multiplex - Segundo Alvaro Pulchinelli, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica Medicina Laboratorial (SBPC/ML), nos últimos cinco anos, a adoção e descobertas de novas técnicas em análises clínicas possibilitam aos médicos a obtenção de informações precisas sobre a condição do paciente em tempo hábil e, assim, ajudam na tomada de decisões sobre tratamentos e cuidados necessários.
Um dos avanços apontados por ele é a consolidação dos testes de PCR Multiplex, que podem detectar vários patógenos, inclusive ligados aos diagnósticos das doenças infecciosas. “Esses exames são capazes de identificar o padrão de resistência dos agentes patogênicos etiológicos, ou seja, que estão causando a doença, trazendo muito mais agilidade e precisão ao diagnóstico sindrômico, baseado em sinais e sintomas. Hoje é possível ter um resultado num tempo médio de uma hora”, exemplifica Pulchinelli.
Espectrometria de massa - A ampliação e popularização do uso da espectrometria de massa (MS), técnica analítica que usa a proporção de massa em relação à carga (m/z) para identificar compostos em uma amostra, é, também, um campo que tem se destacado nos últimos anos, na avaliação de Pulchinelli. O médico explica que pela complexidade e alto custo dos equipamentos envolvidos, o MS até há bem pouco tempo era ligado a grandes serviços ou laboratórios de pesquisas.
“Contudo, vemos uma mudança significativa acontecendo com o surgimento de várias plataformas automatizadas, cujas interfaces são amigáveis aos usuários para determinar diversas substâncias e já são acessíveis para laboratórios de médio e pequeno portes”, detalha.
Inteligência Artificial - O terceiro e importante recurso que tem apresentado grande avanço e que vem se tornando realidade nos últimos anos é, segundo Pulchinelli, o uso da Inteligência Artificial (IA) na criação de algoritmos diagnósticos e na avaliação dos dados genômicos. “Na área da genômica baseada nos conhecimentos de bioinformática, houve um salto exponencial, seja para determinar genes específicos responsáveis pela causa das doenças, quanto para definir tratamentos terapêuticos”, revela o médico que destaca, também, que a IA ainda está restrita aos laboratórios maiores que têm departamentos de inovação, pesquisa e desenvolvimento. Contudo, em pouco tempo, deve se popularizar com a expansão das plataformas de acesso.
“A IA tem auxiliado na avaliação dos resultados de exames genômicos ajudando a determinar quais genes provocam mutações, morfismos, etc., bem como na análise conjunta de vários exames, o que possibilita a formulação de algoritmos para se chegar ao prognóstico”, explica o médico. Para Pulchinelli, no período pandêmico, a medicina laboratorial fortaleceu ainda mais o trabalho conjunto com outras especialidades, o setor de diagnóstico deu respostas rápidas para os desafios e esse é um caminho irreversível.
** Matéria originalmente publicada na Revista Notícias da Medicina Laboratorial nº 124.