Ministério da Saúde lança inquérito nacional
O Ministério da Saúde, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), orienta um estudo nacional para alertar os laboratórios sobre os trabalhos de erradicação da poliomielite no mundo e fazer um levantamento nacional dos que possuam materiais infectantes e potencialmente infectantes para poliovírus selvagem e vacinal.
O MS publicou em 13 de fevereiro a Portaria nº 451 que dispõe sobre o preenchimento do Inquérito Nacional do Poliovírus pelos laboratórios públicos e privados para o cumprimento do processo de contenção definitiva do poliovírus selvagem e vacinal.
O objetivo desse inquérito é ajudar os laboratórios a identificar materiais armazenados que possam ser infectantes para o poliovírus, e para estimular o descarte de materiais desnecessários. A respostas são confidenciais. Somente os responsáveis pelo inquérito podem consultá-las. Segundo o MS, nos relatórios publicados não haverá nenhuma identificação da instituição que respondeu ao inquérito.
Os laboratórios que participarem serão informados sobre o progresso da erradicação e notificados quando for preciso implementar medidas adicionais de biossegurança, adequadas aos tipos de materiais estocados e de procedimentos empregados.
O Inquérito Nacional do Poliovírus deve ser respondido até 31 de março em: formsus.datasus.gov.br/site/formulario.php?id_aplicacao=23898.
Para mais informações: Coordenação Geral de Laboratórios de Saúde Pública (CGLAB), Departamento de Vigilância Epidemiológica (DEVEP), Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde, tel. (61) 3213-8273, fax: (61) 3213-8253 e / 3213-8253-
8249, e-mail:
Materiais infectantes e potencialmente infectantes
São considerados materiais infectantes (contêm o poliovírus selvagem e/ou vacinal): materiais clínicos de casos confirmados de infecção por poliovírus selvagem e VDPV (Poliovirus Derivado da Vacina), amostras ambientais com água de esgoto ou in natura em que esses vírus estejam presentes, e produtos de replicação desses vírus, incluindo: poliovírus isolados em cultivos celulares, cepas de referência, cepas para vacinas inativadas; animais infectados com poliovírus ou materiais clínicos oriundos desses animais; produtos de pesquisa em laboratório que possam conter as sequências do capsídeo do poliovírus selvagem; estrutura total do RNA ou DNA que contêm sequências de capsídeos derivadas de poliovírus selvagem; e células continuamente infectadas com cepas de poliovírus, cujas sequências do capsídeo derivam de poliovírus selvagem.
São considerados materiais potencialmente infectantes para o poliovírus selvagem e/ou vacinal:
– Fezes, secreções de orofaringe de humanos e amostras ambientais com águas de esgoto ou im natura de origem desconhecida ou coletadas para qualquer fim no Brasil antes de 1991 ou em um dado momento em uma área geográfica onde se suspeitava da presença do PVDV.
– Células adequadas para cultivo de poliovírus e/ou animais nos quais foram inoculados materiais potencialmente infectantes, ou seja: amostras não testadas para poliovírus e enterovírus, cepas de enterovírus não-caracterizados e cepas
de poliovírus indiferenciado.
Não se consideram infectantes ou potencialmente infectantes para o poliovírus selvagem as amostras de soro e de líquido cefalorraquidiano oriundas de áreas endêmicas para pólio, assim como os materiais clínicos ou ambientais que foram estocados sem refrigeração por um período igual ou superior a três meses, refrigerados durante um ano ou mais, inativados pelo calor, tratados com desinfetantes antivirais ou previamente testados e apresentando resultado negativo para o enterovírus.
Esforço mundial
A poliomielite é uma doença em processo de erradicação mundial. Para alcançar este resultado vem sendo realizado um trabalho em âmbito mundial, semelhante ao que se fez com a varíola na década de 1980. Segundo o Ministério da Saúde, o último caso de poliomielite ocorrido no Brasil foi identificado em 1989.
Durante a 68° Assembleia Mundial de Saúde, realizada em Genebra (Suíça), em maio de 2015, o Brasil e os países membros da OMS endossaram o compromisso internacional de contribuir para a erradicação global da doença e evitar a reintrodução do poliovírus selvagem, além de se manterem alertas para os eventos adversos pós vacinação associados ao uso da vacina oral até 2018.