Em reunião na ANS, SBPC/ML alerta para as dificuldades

Em reunião do Comitê de Padronização das Informações em Saúde Suplementar (Copiss), da ANS, em julho, o representante da SBPC/ML, o ex-presidente Paulo Azevedo, enfatizou a necessidade de ser regulado o uso de biometria — impressão digital — para verificar a elegibilidade dos pacientes atendidos em serviços da saúde suplementar. Ele alerta que as operadoras usam sistemas diferentes, muitas vezes incompatíveis entre si.

“O prestador de serviços precisa ter um computador diferente para atender os pacientes de cada operadora, pois o problema não é só do dispositivo que faz a leitura das digitais, mas do driver que precisa ser instalado no computador”, explica Azevedo.

Em relação aos laboratórios de patologia clínica, Paulo Azevedo menciona algumas dificuldades. Ele esclarece que não há restrição dos laboratórios implantarem a biometria, exceto em locais onde há mau funcionamento da internet, mas é preciso estabelecer se é permitido usar a biometria quando houver coleta domiciliar ou em locais fora da unidade.

Ele acrescenta que em serviços hospitalares, pacientes em urgência e emergência chegam em diferentes situações, algumas vezes inconscientes. Após o atendimento médico inicial podem ser pedidos exames. Dependendo do estado do paciente, o laboratório terá dificuldades para verificar a elegibilidade por biometria. “A guia do TISS tem um campo específico para informar o caráter do atendimento”, lembra Paulo Azevedo.

Do ponto de vista técnico, ele destaca a importância das operadoras adotarem um sistema de biometria “universal”, compatível entre todas, para que o laboratório não precise usar um computador para cada plano de saúde, com um atendente específico — é fácil imaginar o que pode ocorrer nos horários em que há grande concentração de pacientes.

Também é preciso fornecer alternativas quando há falha de leitura das digitais, que não seja a confirmação por telefone ou por webcam. Esse problema acontece principalmente com crianças, idosos e trabalhadores de certas atividades em que suas digitais são desgastadas com o tempo.

“Uma opção é o uso do cartão magnético, já adotado por diversas operadoras”, lembra Azevedo.

Segundo Paulo Azevedo, foi deliberado que na próxima reunião do Copiss, do Grupo Conteúdo e Estrutura, representantes da área de informáticas das operadoras devem apresentar propostas para tentar resolver os problemas apontados, inclusive de um sistema de biometria digital.