Vem sendo veiculado na mídia e nas redes sociais inúmeros casos de suspeita de intoxicação por boro (bórax) presentes na composição e fabrico caseiro do brinquedo conhecido com slime.

O boro elementar existe como um sólido à temperatura ambiente, como cristais. As fontes mais comuns incluem a queima de madeira, resíduos agrícolas, fabricação de produtos de vidro, mineração e processamento de borato. Também presente em casa e na indústria (misturado com açúcar) na forma de ácido bórico, boratos ou perboratos como iscas (inseticida) de baratas.

O ácido bórico é bem absorvido através do trato gastrointestinal, feridas abertas e cavidades serosas. A forma mais comum de contato é a ingestão por via oral, exposição respiratória ou cutânea. A toxicidade pode ser local (efeito cáustico). A toxicidade sistêmica é mais provável de ocorrer após exposições crônicas ou múltiplas. O mecanismo de toxicidade sistêmica é desconhecido.

Os sintomas relacionados à exposição ao boro são:

Intoxicação leve a moderada: Náuseas, vômitos, diarreia, eritema cutâneo com subsequente descamação são os efeitos mais comuns de qualquer rota de exposição.

Intoxicação grave: desidratação, hipotensão, alterações do SNC, letargia, convulsões, coma, insuficiência renal aguda, arritmias e alterações metabólicas (acidose) foram relatados em pacientes com grave toxicidade.

A dose mínima tóxica é de difícil determinação pois a resposta do organismo a intoxicação pelo boro é variada. Pode variar de 2 a 3 gramas para uma criança pequena, indo até 20 a 30 g para um indivíduo adulto, não há antídoto específico.

O paciente deve ser avaliado por médico, que pode em caso de dúvida, acessar os Centro de Intoxicações de sua região.