Na próxima sexta-feira (24/7), a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML) participará de uma audiência pública junto à ANS, a fim de ratificar seu entendimento sobre a importância da testagem de COVID-19 logo no processo de avaliação do paciente na unidade de saúde como agente de contenção da disseminação do vírus, conforme a normativa RN 458 de 26 de junho de 2020, publicada no Diário Oficial da União (DOU) e derrubada esta semana pela ANS.

Em documento assinado conjunto pela SBPC/ML, Associação Médica Brasileira (AMB) e a International Society for Quality in Helath Care External Evaluation Association (IEEA), as entidades defendem a importância de uma posição definitiva sobre esse exame e defende como ele deve ser usado na prática clínica.

De acordo com o Dr. Alvaro Pulchinelli, diretor científico da SBPC/ML, o objetivo é que os pacientes sejam testados o mais rápido possível e, consequentemente, que os médicos possam avaliar o prognóstico com segurança e definir a melhor conduta terapêutica. É uma corrida contra o tempo, ou seja, quanto antes for diagnosticada a condição clínica do paciente, maiores as chances de tratamento adequado e cura.  Ele está à disposição para conversar contigo sobre e falar mais sobre a posição da entidade a esse respeito.

Abaixo, as situações que devem ser usados os testes sorológicos, de acordo com as 3 entidades:

Diretrizes de utilização (DUT).

Para efeito de cobertura mínima obrigatória sugerimos a determinação de Imunoglobulina G

(IgG) específica para COVID-19 ou ainda Anticorpos Totais para COVID-19 para o paciente que

esteja enquadrado nos seguintes critérios:

b.1) Paciente com contato prévio com doente infectado por SARS-COV-2 e com pesquisa de antígeno viral por PCR-RT negativa. Colocamos como sugestão as Diretrizes de Utilização aquelas descritas pelo Ministério da Saúde, a saber: histórico de contato próximo ou domiciliar, nos últimos 7 dias antes do aparecimento dos sintomas, com caso confirmado laboratorialmente para COVID-19 e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica.

b.2) Pacientes com pesquisa negativa de antígeno viral por PCR-RT e que apresentem Síndrome Gripal ou Síndrome Respiratória Aguda Grave com mais de 7 dias de início dos sintomas.

b.3) Pacientes que apresentem Síndrome Gripal ou Síndrome Respiratória Aguda Grave e não dispõe do teste de PCR-RT para o diagnóstico e estejam com mais de 7 dias do início dos sintomas. Para definição de ambos os quadros recorremos também ao preconizado pelo Ministério da Saúde.

b.4) Definições de SÍNDROME GRIPAL (SG) e SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)

b.4.1) SÍNDROME GRIPAL (SG)

Indivíduo com quadro respiratório agudo, caracterizado por sensação febril ou febre, mesmo que relatada, acompanhada de tosse OU dor de garganta OU coriza OU dificuldade respiratória.

EM CRIANÇAS: considera-se também obstrução nasal, na ausência de outro diagnóstico específico.

EM IDOSOS: a febre pode estar ausente. Deve-se considerar também critérios específicos de agravamento como síncope, confusão mental, sonolência excessiva, irritabilidade e inapetência.

b.4.2) SÍNDROME RESPIRATÓRIA AGUDA GRAVE (SRAG)

Síndrome Gripal que apresente: dispneia/desconforto respiratório OU pressão persistente no tórax OU saturação de O2 menor que 95% em ar ambiente OU coloração azulada dos lábios ou rosto.

EM CRIANÇAS: além dos itens anteriores, observar os batimentos de asa de nariz, cianose,

tiragem intercostal, desidratação e inapetência

b.5) Pacientes com necessidade de verificação de imunidade pós vacinal

Ressaltamos que pelas características da doença e dos testes, os testes sorológicos devem ser preferencialmente colhidos após 7 dias do início dos sintomas.

Ainda segundo as 3 entidades, os testes rápidos devem ser vistos de maneira diferenciada.

Publicação no Diário Oficial da União: clique aqui.