Já estão abertas as inscrições para os cursos Pré-Congresso de 2020, parte da grade oficial do 1º Congresso Virtual da SBPC/ML, que será realizado no dia 26 de setembro. Os temas apresentados serão Microbiologia, Gestão, Bioinformática, Gestão de Qualidade, Hematologia, Indicadores Laboratoriais, Retomada Triunfante, Qualidade/Imunologia/Biologia Molecular, Genômica, além de uma Apresentação Oral ao vivo.

Para mais detalhes acesse: https://congressovirtualsbpc.org.br/pre-congresso-2/.

 Caros Associados, Expositores e Parceiros da SBPC/ML

Espero que todos estejam bem e seguindo em frente neste momento difícil e de grandes mudanças em nossas rotinas causadas pela Pandemia do novo coronavírus.

O nosso congresso estava programado para setembro deste ano e como ainda existem muitas incertezas sobre a Pandemia, preventivamente, a Diretoria Executiva da SBPC/ML deliberou adiar o congresso para o ano que vem. Acreditamos que mesmo com flexibilização das medidas de isolamento, as grandes aglomerações devem continuar proibidas ao longo dos meses. Visto que o nosso congresso reúne aproximadamente 5.000 congressistas e realizamos muito networking em nossa feira de exposição, poderíamos estar colocando em risco a saúde de todos envolvidos.

Diante disto, o 54º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial será realizado no período de 7 a 10 de setembro de 2021, em São Paulo, no Centro de Exposições Pro Magno.

Agradecemos a compreensão de todos e esperamos que em breve possamos trazer novidades sobre a realização de um congresso virtual a ser realizado ainda este ano! Os Laboratórios Clínicos têm contribuído bastante tanto para o diagnóstico quanto para o monitoramento dos pacientes com a infecção causada pelo coronavírus. Existem muitos pontos para serem discutidos nas diferentes fases (pré-analítica, analítica e pós-analítica) do processo, sobre os diferentes exames laboratoriais (rt-PCR, sorologia, testes rápidos, hemograma, dímero D, interleucina 6, troponina, creatinina/ureia/cistatina C, tromboelastometria, genotipagem do vírus entre outros), que contribuem para guiar a prática clínica da COVID19.

Carlos Eduardo dos Santos Ferreira

Presidente SBPC/ML – Biênio 2020/2021

Claudia Meira Dias

Presidente do 54º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial.

A conferência magna do penúltimo dia do 53º CBPC/ML foi conduzida pelo Prof. Pedro Vasconcelos, médico virologista, pesquisador e Coordenador do Laboratório de Referência Nacional de Dengue, Febre Amarela, Chikungunya, Febre do Mayaro, West Nile e outras arboviroses no Instituto Evandro Chagas (IEC), do qual é Diretor.

O especialista trouxe à tona as arboviroses e destacou algumas doenças que são temas de pesquisa e especialidade do Instituto Evandro Chagas (IEC), que é recordista mundial de vírus isolados pela biodiversidade. 

O professor alertou que para todas as arboviroses estão diretamente ligadas com as ações causadas no ecossistema.

“Observamos que qualquer intervenção reflete pouco tempo depois e também cresce o risco de urbanização dessas doenças que originalmente são consideradas ‘da floresta’”, alertou o professor.

Foram apresentados panoramas gerais de algumas das principais arboviroses observadas no Brasil. Sobre a dengue, o Professor Pedro Vasconcelos chamou a atenção para o número crescente de casos e dos óbitos causados pela doença, que já conta com quatro tipos diferentes introduzidos no território e que se alternam nas epidemias, dificultando o seu combate e diagnóstico. 

A Febre Chikungunya segue o mesmo comportamento, com elevado número de óbitos. A doença também é identificada como causa do nascimento de muitos bebês com patologias graves como sepse. De cada oito bebês que nascem, três morrem. O estado do Ceará teve mais de 100 óbitos em 2019 e a capacidade de diagnóstico da doença é limitada. 

O Professor deu destaque para os dados da Zyka, que é seu principal objeto de estudo. Segundo ele, a entrada da doença no Brasil foi identificada entre maio e junho de 2013 e somente em novembro de 2015, o seu grupo de pesquisa do IEC conseguiu identificar a ligação entre o vírus e o nascimento dos bebês com microcefalia. Em seguida, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a vinculação. 

No entanto, o especialista alertou que “a microcefalia é apenas a ponta do iceberg para as possíveis implicações do Zika, que também pode causar, aborto, déficit auditivo, epilepsia, retardo mental, doenças endócrinas e etc”. A forma congênita da doença é tida como mais grave do que a infecção direta.

“O desenvolvimento de vacina é uma urgência, pois dentro de sete ou oito anos, teremos uma nova epidemia”, previu Pedro.

Na quinta-feira (25), o 53º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML) recebeu a mesa redonda “Avanços em Oncogenética”, composta pelo especialista em genômica do câncer do Hospital Israelita Albert Einstein, Paulo Vidal Campregher, pelo médico patologista Cristovam Scapulatempo Neto, responsável pela Patologia Molecular do DASA, e pela bióloga Roberta Sitnik, especialista do Laboratório de Técnicas Especiais do Hospital Israelita Albert Einstein.

Scapulatempo Neto trouxe para o CBPC/ML uma apresentação recheada de dados de publicações científicas para abordar a biologia molecular dos tumores sólidos. Ele destacou que o médico alemão Rudolf Virchow é considerado “o pai da Patologia Celular” e “descreveu, pela primeira vez, uma leucemia”. Para Scapulatempo, o “The Cancer Genome Atlas” (TCGA) é “um marco da oncologia moderna”, em que “a partir daí, houve um avanço enorme”.

O patologista brincou que “o câncer é um ser muito inteligente” e chamou a atenção para a importância da medicina personalizada. Segundo ele, “precisa refinar cada vez mais o diagnóstico”.

O especialista defendeu a iniciativa privada para o financiamento dos testes genéticos. Ao longo da apresentação, mencionou que é necessário entender o impacto clínico de cada mutação, os mecanismos de resistência e discorreu sobre a recombinação homóloga, comentando sobre inibidores de PARP em tumores com essa recombinação deficiente. Além disso, explorou também como contornar as limitações biológicas dos testes moleculares.

Já Campregher, apresentou avanços em oncohematologia, iniciando com o estudo do médico inglês John Hughes Bennett, o primeiro a descrever a leucemia como um distúrbio sanguíneo. O especialista mostrou infográfico sobre o avanço no risco do câncer e seus diversos fatores. Mais adiante, debruçou especificamente sobre as doenças mieloproliferativas, com casos reais de pacientes. Conforme ele, “não basta enquadrar o paciente no diagnóstico dele”. 

Campregher pontuou ainda que, “o mundo da hematologia e da oncologia tem muito em comum” e que “quase toda doença hematológica pode ser tratada com transplante de medula óssea”.

 Já especificamente sobre a leucemia mieloide aguda, ele trouxe informações sobre novas drogas recentemente aprovadas pelo FDA e alertou que “o paciente idoso não aguenta o tratamento em sua potência máxima, ou seja, a quimioterapia e o transplante de medula”. Situou, também, como é importante verificar se há mutação, pois “as células podem parecer normais”.

Sitnik, a última a falar, levantou o tema de cânceres hereditários. Ela disse ao público que “todo câncer é genético, mas nem todo câncer é hereditário”. Dotada de gráficos, sua apresentação comparou a incidência de cânceres familiar, hereditário e esporádico.

Ela exibiu exemplos de células normais e com mutação. Neste último, “deve-se procurar, além do oncologista, também um geneticista”. 

A bióloga ainda relatou brevemente algumas síndromes de cânceres hereditários e suas bases. Também advogou pela investigação no diagnóstico, com dados detalhados sobre o fenótipo e história familiar completa. Segundo ela, isso é “importante, mas nem sempre disponível”. 

Em seguida, contrastou benefícios e limitações dos testes genéticos e as respectivas interpretações. Especialmente sobre a síndrome do câncer de mama e ovário (HBOC), citou os genes envolvidos – BRCA 1/2 – e a frequência de portadores. Por conta disso, Sitnik jogou uma luz sobre o “Efeito Angelina Jolie”. A atriz foi submetida em 2013 a uma mastectomia dupla preventiva após saber que tinha um risco de 87% de desenvolver câncer de mama. Depois disso, houve um aumento de 40% em testes laboratoriais para checagem do BRCA.

Congressistas foram convidados a planejar ida ao 54º CBPC/ML, que acontecerá em São Paulo

A Cerimônia de Encerramento do 53º CBPC/ML aconteceu no início da tarde do dia 27 de setembro. O Dr. Nairo Sumita, Dra. Marinês Dalla Valle Martino e o presidente da SBPC/ML, Wilson Shcolnik, foram responsáveis por entregar os prêmios de primeiro e segundo lugar das categorias dos Temas Livres.

Emocionado, o presidente do 53º CBPC/ML, Eduardo Emery, agradeceu o empenho de toda a equipe da SBPC/ML, dos diretores, dos responsáveis pela grade científica e a participação dos congressistas.

“O sucesso deste evento depende de vocês”, afirmou Eduadro.

A Dra. Claudia Meira, presidente do próximo congresso da SBPC/ML, convidou os presentes a planejarem a ida a 54ª edição do evento, que acontecerá entre os dias 15 e 18 de setembro de 2020, em São Paulo. O tema será a “transformação digital, seus desafios e tendências para a medicina laboratorial”. 

A Escola de Samba Mirim L’avenir, projeto apoiado pela Controllab, surpreendeu os participantes e garantiu a alegria do encerramento do evento.