Telelaboratório já é uma realidade? Essa pergunta foi respondida ontem (05/06/2022), pelos Drs. Alvaro Pulchinelli, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML), Carlos Eduardo dos Santos Ferreira, presidente do Conselho de Ex-presidentes da entidade, Daniela Camarinha, Diretora Comercial e de Marketing da FBAH - Federação Brasileira de administradores hospitalares e Sócia da You Care, Eduardo Cordioli, Médico Ginecologista e Obstetra, Mestre em Ciências UNIFESP e Doutorando FICSAE, e Flávio Tocci Moreira, Médico referência do Centro de Telemedicina do Hospital Israelita Albert Einstein, em palestra do 54º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML).

De acordo com o Dr. Alvaro Pulcinelli, o Telelaboratório ou a Telemedicina é uma atividade que teve uma grande demanda pelos pacientes, especialmente após a pandemia. Muitos descobriram as vantagens de realizar atendimentos, controlar processos à distância e ter acesso à saúde por esse meio. 

“Na verdade, o telelaboratório não é algo novo, visto que o telefone é uma ferramenta de trabalho do patologista clínico. Ele o utiliza para contatar os colegas e pacientes e para esclarecer dúvidas. Durante a pandemia, seu papel se tornou ainda mais evidente e fundamental. Com isso, cresce muito em importância, pois com a regulamentação e popularização desses conceitos amplia o leque de opções e horizontes dessas atividades médicas”, explica. 

Por outro lado, há várias questões que devem ser pensadas e discutidas. A primeira é: como isso funcionará, partindo do ponto de vista ético, ou da segurança da informação? Até que ponto podemos atuar ou não com o Telelaboratório? Como será a interação com outras especialidades, outros médicos, com os pacientes e de um laboratório para outro? 

“São várias vertentes a serem pensadas. É um serviço que deve ser regulamentado e remunerado adequadamente. Estamos acompanhando as regulamentações do Conselho Federal de Medicina (CFM) e, ao mesmo tempo, estamos pensando como será essa remuneração para o Patologista Clínico. Isso será dissolvido no custo do exame? Será que pode ser feito à parte, como uma consulta médica tradicional? Ainda não chegamos a um denominador comum, aguardamos o mercado como um todo se posicionar para termos um balizamento dessas questões”, finaliza.

A conferência “Particularidades laboratoriais do paciente transgênero: do atendimento à liberação dos resultados”, ministrada pelas Dras. Luisane Maria Falci Vieira, coordenadora do Comitê de Gestão da Qualidade da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML) e coordenadora do Posicionamento das Sociedades para a inclusão de pacientes transgênero; Tayane Muniz, médica endocrinologista e Derliane de Oliveira, farmacêutica-bioquímica falou sobre o desafio do laboratório clínico para atender o paciente transgênero, trazendo o respeito ao indivíduo, mas também a correta avaliação dos marcadores para que o resultado dos exames sejam fidedigno, durante o 54º CBPC/ML – Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial.

 

Em primeiro lugar, a Dra. Luisane colocou a importância de entender os conceitos e as definições básicas para a compreensão do universo para população transgênero e não-binária. Uma questão muito importante salientada foi o respeito ao nome de preferência ou nome social.  O atendimento do laboratório deve sempre perguntar a qualquer pessoa "qual nome você prefere que eu use?".

Da mesma forma, é preciso atentar-se no preenchimento dos dados cadastrais a diferença entre “sexo”, um dado biológico habitualmente binário, e “gênero de escolha”, com o qual o indivíduo se identifica. Pode ser, inclusive, que não se identifique com gênero algum (fluido, não-binario, por exemplo). Apesar do tratamento seguir respeitando o gênero de identificação do paciente sempre que o atendente for relacionar-se com ele, é muito importante explicar algumas particularidades dos laboratórios.

A principal delas é que no laboratório os Intervalos de Referência, que servem de apoio para identificar um diagnóstico, são diretamente relacionados ao sexo biológico do indivíduo, pois foram determinados em homens e mulheres cis. 

Outro ponto fundamental é sobre comunicar o uso de medicação como hormônios, comumente usados por esta população para adquirirem características do gênero de identificação. Isso porque os hormônios, como testosterona, por exemplo, interferem na leitura dos exames e o médico patologista clínico precisa desta informação a fim de concluir um laudo correto.

“Está oficialmente aberto o 54º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML)”, disse a Dra. Marinês Dalla Valle Martino, no início da noite da última terça-feira (4/10), em Florianópolis. O evento será realizado até o dia 7/10, e tem o macrotema “A Patologia Clínica/Medicina Laboratorial como protagonista no apoio à decisão no diagnóstico”.

 

Fizeram parte da mesa de abertura A Dra. Marinês; o Dr. Fábio Brazão, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBPC/ML); o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Carlos Alberto Justo da Silva; a coordenadora executiva do 54º CBPC/ML, Dra. Cássia Zoccoli; o coordenador da comissão cientifica do evento, o Dr. Leonardo Vasconcellos; o membro da comissão de julgamento dos temas livres, Dr. Adagmar Andriolo; o presidente do conselho dos ex-presidentes da SBPC/ML, Dr. Carlos Eduardo dos Santos Ferreira; o representante da World Association of Societies of Pathology and Laboratóry Médicine (WASPaLM), Dr. Nairo Sumita; a presidente da Sociedade Brasileira de Análises Clínicas, Dra. Maria Elizabeth Menezes; o presidente da Confederação Nacional de Saúde, Dr. Breno Monteiro e o representante do presidente do conselho regional de Medicina, Dr. Anastácio Kotzias Neto.

Após a execução do hino nacional, entoado pelo violinista Fernando Bresolin, o Dr. Brazão agradeceu ao Dr. Adagmar Andriolo, que abriu as portas para ele na Faculdade Paulista de Medicina, e a sua mãe, Dr. Ruth Brazão, cujo laboratório que o médico atua leva seu nome.  

O médico salientou que, em 2019, a SBPC/ML realizou a última edição presencial do CBPC/ML antes da pandemia e, nesse momento, gostaria de prestar suas condolências às famílias dos colegas que faleceram em tal período.

Ele mencionou que, no na pandemia a entidade precisou fazer tudo diferente, mas cumpriu seu papel de salvar vidas e aproveitou para parabenizara todos os profissionais da saúde que estavam presentes por isso.

“Este ano, a SBPC/ML completa 78 anos com gás total. Voltamos a fazer o congresso de forma híbrida, fizemos dois Encontros de Sociedades Médicas presencialmente, além de estarmos presentes em diversos eventos e participando de importantes decisões junto a órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na decisão da RDC 302”, explicou. 

O Dr. Brazão, agradeceu aos colegas da diretoria da entidade, os coordenadores dos comitês científicos, o conselho fiscal, os colaboradores da sociedade e do laboratório em que atua, a sua família, os organizadores do evento e aos mais de quatro mil inscritos para participar dele. 

Por fim, ele apresentou os novos patologistas clínicos: Érico Bandeira Veríssimo, João Nóbrega de Almeida Jr., Leandro da Silva Fernandes e Luiz Gustavo Ferreira Côrtes.

Em sua fala, o Dr. Carlos Eduardo prestou homenagem aos novos membros eméritos (associados titulares que contribuíram para a SBPC/ML por 15 anos consecutivos), sendo eles: os Drs. João Batista Luna Filho, Tereza de Jesus Pinheiro Gomes Bandeira

José Hilario Ribeiro Grilo, Laszlo Fock, Lucia Helena Cavalheiro Villela, Paulo Roberto Gazen Saad, Raimundo Tadeu Pires Sobreira e José de Moura Campos Neto.

A Dra. Marinês cumprimentou aos diretores da SBPC/ML, coordenadores dos comitês científicos, seu marido e sua filha e disse: “estamos de volta! Após a pandemia, retornamos com este que é o maior evento de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial da América Latina. Essa é uma sociedade que verdadeiramente me representa. Também gostaria de lembrar a perda dos nossos queridos amigos nesse tempo que ficamos online”.

A finalização do evento se deu com a apresentação da banda Mersey Beat, com o show Beatles sinfônico, com tributo a banda britânica. 

A Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBCP/ML) apresentou, na última terça-feira (4/10/2022), o novo site da entidade durante o 54º Congresso Brasileiro de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (CBPC/ML). O novo projeto está mais cleam, organizado e os usuários poderão contar com uma melhor experiencia ao acessar as páginas.

Hoje (5/10/2022), a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica/Medicina Laboratorial (SBCP/ML) lançou a publicação impressa da Norma PALC 2021.

Conforme definido pelo Dr. Guilherme Ferreira, diretor de Acreditação da SBPC/ML (biênio 2022/2023), a Norma PALC 2021 está harmonizada com as melhores práticas internacionais em medicina laboratorial, incluindo: Diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), Norma ISO 15189: 2015 e ISQua Standard (5th Ed. Version 1.0., 2018), assim como encontra-se atualizada frente a legislações e regulamentos nacionais. 

Houve, também, a criação de 19 novos subitens distribuídos nos itens de Organização Geral e Gestão (1.11), Gestão do Sistema da Qualidade (2.10), Gestão de Exames Prioritários (10.1 a 10.13), Gestão do Sistema de Informações Laboratorial (16.2) e Gestão dos Riscos e da Segurança do Paciente (17.14, 17.15).

A norma atualizada agrega valor aos laboratórios acreditados, provocando o aprimoramento continuado do Sistema de Gestão destas organizações, visando maior competitividade, sustentabilidade, regularidade frente à legislação e regulamentos e ganhos efetivos para a segurança dos pacientes.

Assista ao vídeo a seguir e veja a importância de um laboratório ter a acreditação PALC: http://www.sbpc.org.br/programas-da-qualidade/video-do-programa-de-acreditacao-de-laboratorios-clinicos-palc-2/