Qualidade do exame e segurança dos pacientes são os pré-requisitos básicos e a nova resolução reforça o importante papel dos laboratórios clínicos no diagnóstico e assistência à saúde da população

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou uma nova Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) que trata dos requisitos técnico-sanitários para o bom desempenho de laboratórios clínicos, de anatomia patológica e outras atividades que estejam relacionadas a exames de análises clínicas no país. Os cuidados sanitários foram preservados, mas a atualização foi necessária para atender os avanços do setor e as novas tecnologias, assim como, garantir a segurança dos pacientes.

Para a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial (SBPC/ML), a revisão da norma atende a temas prioritários e que representam avanços importantes para os serviços de laboratório. “A reformulação visa implementar novas práticas de funcionamento nos laboratórios clínicos e postos de coleta, visando uma medicina laboratorial cada vez mais adequada, acompanhando os avanços globais do segmento”, afirma o Dr. Fábio Vasconcellos Brazão, presidente da SBPC/ML.

A revisão da Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 302/2005, que estava em vigor há 18 anos, é um importante avanço à ampliação da oferta de serviços oferecidos à população brasileira e à assistência à saúde, com a garantia de qualidade dos exames de análises clínicas no país, para atender a evolução do setor de diagnósticos. 

Para o presidente da SBPC/ML, “a normativa representou um marco regulatório importante na história do funcionamento e regulamentação dos laboratórios clínicos, uma vez que trazia o detalhamento sobre as responsabilidades técnicas e organizacionais dos laboratórios”. A revisão atende aos anseios de toda comunidade laboratorial brasileira, já que a RDC 302 se mostrava desatualizada em relação a muitas metodologias que avançaram após a sua publicação.

É importante destacar o papel crucial desempenhado pelas sociedades científicas, em especial o protagonismo da SBPC/ML, neste processo de discussão desta revisão, que começou em 2019. “É encorajador ver que as vozes dessas sociedades estão sendo ouvidas e que o diálogo em torno da RDC avançou. Através dessa articulação conjunta, demonstramos a capacidade dos laboratórios no país de atender às demandas reprimidas, com equipe de profissionais treinados, em locais adequados com equipamentos automatizados de alta tecnologia”, avalia Brazão.

A norma traz uma nova categoria de serviços, em que as atividades relacionadas a exames de análises clínicas podem ser oferecidas fora do ambiente de laboratório, como farmácias e consultórios isolados, mas apenas com o caráter de triagem, com a coleta de material biológico primário, ou seja, só podem realizar testes de triagem, não podendo coletar sangue venoso para serem enviadas para um laboratório. A Anvisa nesta nova norma exige a obrigatoriedade de implementação de um Programa de Garantia da Qualidade (PGQ), o que não era exigido na norma antiga para esses locais, fora do laboratório. “É importante não confundir a triagem, com o exame confirmatório, que só poderá ser oferecido por um laboratório de análises clínicas”, esclarece o Dr. Fábio. 

O papel dos laboratórios vai além da coleta de amostras e realização de exames, pois eles também são responsáveis por fornecer informações e educação para a saúde da população. “Os laboratórios têm o conhecimento e a expertise necessários para garantir a precisão e a confiabilidade dos resultados dos exames, além de oferecer orientação sobre a importância da prevenção, detecção e tratamento de doenças. Cerca de 70% dos diagnósticos médicos precisam do exame de laboratório, oferecendo assim um desfecho clínico correto ao paciente”, finaliza Dr. Fábio Brazão, presidente da SBPC/ML. A nova regra entra em vigor em 1º de agosto e os laboratórios terão um prazo de 180 dias para adequação.

 

Um evento realizado em São Paulo pela Mindray Brasil contou com a participação de mais de 150 especialistas do IVD (in vitro diagnostic), ou diagnóstico in vitro. Durante o encontro, o presidente da SBPC/ML, Dr. Fábio Vasconcellos Brazão, aproveitou a oportunidade para falar sobre as ações de colaboração entre as sociedades médicas com o médico peruano Dr. Luis Figueroa Montes, presidente da ALAPAC/ML - Asociación Latinoamericana de Patología Clínica y Medicina de Laboratorio.

Foi lançado o livro “Laboratório na Prática Clínica, O papel da Patologia Clínica”, liderado pelo professor Alberto Duarte, e com participação do diretor científico da SBPC/ML, Andre Doi. O livro pode ser adquirido pelo site www.editoradoseditores.com.br.

De acordo com o editor, a Medicina Laboratorial, em conjunto com a Anatomia Patológica e o Diagnóstico por Imagem se tornaram não só importantes, mas absolutamente essenciais para a boa prática médica, em todas as especialidades clínicas e cirúrgicas. Sua contribuição ultrapassa o auxílio ao diagnóstico das mais diferentes doenças, apoiando muitas atividades médicas nas áreas de previsão de risco, prevenção de doença, estadiamento do processo, monitoramento terapêutico e, mais recentemente, na própria orientação quanto a qual terapia deve ser adotada.

Continua válida a afirmação de que 60% a 70% das decisões médicas dependem de resultados de exames laboratoriais. O rápido desenvolvimento das técnicas analíticas, a implantação de sistemas automatizados e a introdução de tecnologia da informação, associados à crescente preocupação com requisitos de boas práticas laboratoriais, utilização de programas de proficiência,metodologias mais robustas, propiciaram um excelente ganho de qualidade e de eficiência ao laboratório clínico.

O número de tipos de exames postos à disposição do profissional de saúde tem crescido exponencialmente nos últimos anos, com a possibilidade de serem medidos os mais variados analitos, incluindo-se nesta lista desde as menores unidades gênicas às maiores estruturas proteicas ou lipoproteicas.

O acesso aos recursos laboratoriais foi ampliado pela multiplicação de locais nos quais o atendimento ao paciente pode acontecer, pela possibilidade (e necessidade) de profissionais de diferentes formações, como cirurgiões dentistas, nutricionistas, fisioterapeutas, dentre outros, passarem a apoiar suas práticas assistenciais em resultados de exames laboratoriais e, como não poderia deixar de ser, pela criação de variados sistemas de reembolso, seja da medicina privada, seja da estatal.

Os dados gerados pela área analítica atingiram elevados níveis de especificidade e sensibilidade e, portanto, de confiabilidade. A fase analítica é responsável pelo menor número de falhas em todo o processo de atendimento. Mas este conjunto de condições extremamente favoráveis pode gerar um sinal de alerta. O mal uso ou o sobre uso do laboratório podem comprometer a eficiência global do sistema de saúde. Graças às características da fase analítica já referidas, resultados falso-positivos ou falso-negativos não são mais os grandes vilões desta história. Tendo a sua disposição muitos e novos recursos diagnósticos, nem sempre o profissional de saúde tem familiaridade ou mesmo, conhecimento, para escolher, criticamente, os melhores testes cujos resultados possam mais adequadamente responder as suas dúvidas. Por outro lado, se o Patologista Clínico não possuir uma boa vivência clínica, pode não ser capaz de contribuir com uma assessoria adequada ao profissional solicitante. Enfrentando corajosamente este desafio, o Prof. Dr. Alberto José da Silva Duarte comandou uma equipe de mais de 100 dedicados especialistas das mais diferentes áreas de atuação, os quais não mediram esforços para reduzir as distâncias entre a clínica e o laboratório, entre as perguntas e as respostas. Este esforço foi concretizado com a elaboração deste livro, “Laboratório na prática clínica - O papel da Medicina Laboratorial”.

Ao longo de 13 seções e 112 capítulos, cada um dos autores se preocupou em transmitir, de forma clara e objetiva, os princípios básicos da aplicação dos testes diagnósticos, sua indicação e suas limitações. Temas das áreas clássicas da Medicina Laboratorial, como Bioquímica Clínica, Hematologia, Imunologia e Microbiologia foram desenvolvidos à luz de novos conceitos como de imunidade, autoimunidade e imunodeficiência, assim como de novos recursos tecnológicos, como os de biologia molecular, citogenética e espectrometria de massas. Coroando este rico conteúdo, a racionalização do uso dos recursos diagnósticos foi abordada de forma concisa, reforçando a necessidade de serem valorizadas as potencialidades do laboratório clínico, com crítica e critério.

 

Muitos encontros promovem alianças que são definitivas para agregar valores e estimular a disseminação do conhecimento. A última reunião da SBPC/ML com o novo diretor-presidente da Associação Brasileira de Educação Médica (ABEM), Dr. Sandro Schreiber de Oliveira, reforçou a parceria mantida entre as instituições desde 2016. Um alinhamento que se tornou possível porque as duas entidades têm em comum a formação médica bem orientada, o debate da educação, com foco na assistência ao paciente, com a finalidade de congregar profissionais médicos de variadas especialidades seguindo sempre padrões ético-científicos. 

Entre os vários assuntos tratados no encontro ocorrido em abril, a confirmação da participação da SBPC/ML no 61º Congresso Brasileiro de Educação Médica (Cobem), previsto para o mês de outubro, em Fortaleza, com workshop e estande. Além do apoio institucional da ABEM na divulgação do projeto de Ensino da SBPC/ML EducaMEDlab, na pesquisa nacional sobre a qualidade do ensino da Patologia Clínica e Medicina Laboratorial nas escolas médicas brasileiras e a importância de o aluno da graduação médica aprender a solicitar exames de análises clínicas pertinentes, bem como interpretar os resultados. A união possibilita um modelo capaz de educar o profissional médico cada vez mais apto para atender a demanda de saúde da população.

Confira a edição nº 123 da Revista Notícias Medicina Laboratorial. O papel dos laboratórios na realização de exames clínicos seguros é a matéria da capa. A edição divulga a estreia da terceira temporada do podcast Papo de Laboratório da SBPC/ML! Além disso, mostra sobre o Intercâmbio Lusobrasileiro e a Jornada de Patologia Clínica Medicina Laboratorial em Curitiba. Já a dica do especialista é sobre Esclerose Múltipla.

Fique por dentro de todas as novidades do setor! Acesse: http://app.isend.com.br/iSend/external/magazine?encrypt=F7B0CA4D406EE64090B7B3EC5DF8160F6ECB1546B2296F13F8C9D4B5E6041879

O Colégio de Patologistas Clínicos do Centro da República do México promove entre os dias 1 a 4 de novembro de 2023, na cidade de Aguascalientes, o LIII Congresso Nacional Mexicano, com o patrocínio da Federação Mexicana de Patologia Clínica

O evento contará com professores especialistas do México, Inglaterra, Estados Unidos, França e América Latina, palestras master, fóruns, simpósios e workshops, além de especialistas internacionais premiados, diretores das principais Organizações Químicas, Médicos Patologistas Clínicos e de outras especialidades, para discutir o futuro do laboratório, com as principais Academias de Medicina e Cirurgia do México, França e Inglaterra, e estabelecer um diálogo profissional sobre a utilidade e atualização dos estudos laboratoriais.

Os participantes também poderão conhecer o trabalho de pesquisa dos profissionais dos laboratórios mexicanos e as inovações que a indústria apresentará em uma das mais importantes exposições tecnológicas do país. 

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Neste artigo da Revista Brasileira de Análises Clínicas, o patologista clínico Salim Kanaan, em conjunto com Guilherme Eduardo da Silva Ribeiro, Analucia Rampazzo Xavier e Jocemir Ronaldo Lugon avaliam os padrões do uso de antimicrobianos em uma unidade de terapia intensiva de uma rede pública estadual da cidade do Rio de Janeiro.

O uso racional de antimicrobianos é parte integrante da boa prática clínica, maximizando a eficácia terapêutica e minimizando os riscos associados às infecções e seleção de patógenos resistentes. O uso indiscriminado e excessivo de antimicrobianos parece ser o fator mais significativo no surgimento de microrganismos resistentes nos últimos anos, colocando em risco um dos pilares da medicina moderna, da antibioticoterapia e da sustentabilidade de uma resposta eficaz ao tratamento.

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